Campanha “No Money, But Love”
“No Money, But Love” é o slogan da “Campanha de Alerta para a Exploração de Animais na Mendicidade”, que ficará nas ruas de Lisboa até 31 de agosto. A iniciativa é da Provedoria Municipal do Animal de Lisboa, que conseguiu juntar na mesma causa a própria Câmara Municipal e um número de entidades de peso, que são sensíveis ao tema, e que vão da PSP ao Teatro Tivolli BBVA, passando pelo Metro de Lisboa, Turismo de Lisboa, União de Associação de Comércio e Serviços, Associação de Dinamização da Baixa Pombalina, Associação de Comerciantes do Bairro Alto e a Liga Portuguesa dos Direitos do Animal.
“Combater o fenómeno crescente da utilização dos animais para mendicidade tem sido uma prioridade da Provedoria. O número de entidades que se juntaram a esta causa prova que é um tema de grande relevância e deixa-me muito feliz”, declara Pedro Emanuel Paiva, Provedor Municipal do Animal de Lisboa.
O provedor explica ainda que “há um outro objetivo na ‘No Money, But Love’ que, embora menos evidente é muito importante”. Refere-se “à necessidade imperativa de fazer uma clara distinção entre os animais cujos tutores são pessoas sem-abrigo, que os tratam como verdadeiros familiares, sendo muitas vezes a sua única companhia, e o contexto diametralmente oposto, praticado por grupos organizados que se dedicam à instrumentalização de animais para conseguirem esmolas”. Pedro Emanuel Paiva enfatiza que “não pode haver qualquer confusão nesta matéria”.
A campanha, cuja produção contou com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa, está a correr em 36 dispositivos publicitários nas principais artérias da Capital, conta ainda com posters nas carruagens e estações do Metro, flyers nas esquadras da PSP, nos estabelecimentos de comércio local, publicações nas redes sociais, ações de rua entre outros formatos, sempre em Português e Inglês. “O objetivo de ser bilingue é alertar não apenas os habitantes e visitantes portugueses de Lisboa, mas também os turistas, que aumentam significativamente em agosto”, justifica Pedro Emanuel Paiva.
Para Ângelo Pereira, vereador com o pelouro da Proteção e Bem-Estar Animal da Câmara Municipal de Lisboa, “agir contra a utilização de animais para mendicidade é um imperativo na luta que Lisboa trava diariamente em prol do bem-estar animal”. E continua: “trata-se de uma situação intolerável e a Câmara Municipal de Lisboa não deixará de tomar ou apoiar todas as medidas que venham a ser necessárias para garantir o respeito e a dignidade dos animais em situação de abuso ou perigo”.
Na mesma linha PSP está “solidária com os cidadãos mais desfavorecidos e com quem mais precisa”, não deixando de recordar “que a utilização de animais de companhia na mendicidade, sem que se tenha em conta o seu bem-estar, poderá ser crime”.
Já o Metro de Lisboa vai mais longe, declarando que tem “orgulho” de se associar à Câmara Municipal de Lisboa na divulgação da campanha: “acolhemos o pedido de apoio da Provedoria Municipal dos Animais de Lisboa e unimo-nos a esta nobre causa, que procura garantir o bem-estar e a proteção dos animais da cidade de Lisboa”.
Carla Frade, Secretária-Geral da UACS (União de Associações do Comércio e Serviços) considera que “dado o crescendo de situações de uso de animais para a mendicidade na Cidade de Lisboa, não pode a UACS deixar de associar-se à campanha, em boa hora lançada pela Provedoria Municipal dos Animais de Lisboa, em prol da salvaguarda dos animais em situação de abuso ou perigo”. Apesar disso, esta responsável não deixa de recordar que estas iniciativas devem decorrer “sem descurar as necessárias respostas de apoio e ação social aos tutores”.
“No Money, But Love” é a terceira iniciativa lançada este ano pela Provedoria, desta feita em formato de campanha. Na primeira das duas anteriores conseguiu-se que as situações passassem a ser denunciadas através de um sistema de “botão de emergência” e, na segunda, foi possível resgatar animais que estavam a ser explorados para mendicidade, encaminhado os mesmos para associações que zelam pelo seu bem-estar.
As denúncias chegadas à Provedoria têm vindo a aumentar significativamente e “enquanto assim for, não deixaremos de trabalhar para salvar estes animais da exploração a que estão obrigados”, sublinha o provedor, Pedro Emanuel Paiva.